Já devia ter falado mais vezes neste assunto. O que me tem impedido? O tema e a instituição em causa estão ligados a um familiar muito próximo e tal facto talvez me tenha feito adiar uma ou outra manifestação mais entusiástica. Decidi de mim para comigo que não havia motivo forte para novos adiamentos. Pelo contrário: havia, sim, motivos para escrever sobre o assunto – sobre a sua importância na sociedade civil montemorense, sobre a sua urgência e o entusiasmo com que um grupo de cidadãos tem vindo a dedicar-se à causa.
Fundada há 3 anos, a Porta Mágica, Instituição de Solidariedade Social, está muito perto de conseguir o seu grande objectivo: abrir um espaço onde crianças e jovens em situação de risco possam ser acolhidos temporariamente, até ao momento em que se proceda ao seu reencaminhamento pelos serviços competentes, para a sua família, depois de esta ter adquirido novas competências, ou para famílias onde possam ser amados, respeitados e felizes. Para que essa Casa, localizada em Montemor, possa tão depressa quanto possível servir os objectivos da Associação, tem sido necessária a promoção de angariação de fundos, através de diversas iniciativas que só têm comprovado o interesse e a solidariedade que muitos cidadãos, amigos uns, anónimos outros, têm manifestado a favor do projecto.
O pintor Malangatana, recentemente doutorado Honoris Causa pela Universidade de Évora, e profundamente ligado à Associação, aceitou o convite da Porta Mágica para, como seu Patrono, atrair as atenções de outras instituições e fontes de apoio.
Integrada neste ciclo de iniciativas com o objectivo de, após todos os procedimentos legais concluídos, abrir, finalmente, a sua Porta Mágica, vai realizar-se no próximo dia 8 de Maio, no Cine-teatro Curvo Semedo, uma grande gala de variedades que contará sobretudo com a presença de artistas de Montemor, que têm mostrado, ao longos dos anos, o seu amor à arte e a sua paixão pelas grandes causas. A porta daquela grande sala de espectáculos também vai ser mágica nessa noite, porque é por ela que o meu caro leitor vai entrar para, com o seu contributo, fazer mais felizes muitas crianças e jovens que precisam de si.
Completamente por dentro de toda esta movimentação, e contagiados pelo entusiasmo da mãe, os meus filhos gémeos de 15 anos perguntaram-me se, depois de aberta a Casa, havia possibilidade de fazerem voluntariado. Não lhes respondi… Senti uma certa humidade a turvar-me o olhar.
Sem comentários:
Enviar um comentário